Food & Beverages - , ,
Um dos maiores suvenires de viagem é a comida, são os sabores. Viajar é descobrir. E um dos melhores caminhos para descobrir uma cultura é pelo alimento. A comida de rua talvez seja o cartão de visita de uma cidade. Uma maneira sensível, plural, democrática, divertida acima de tudo, de conhecer uma cultura. Moramos em um país de variedade de sabores e cultura sensacional. Poucos lugares no mundo podem se orgulhar de tamanha diversidade. Por algum motivo, que ainda não bem compreendo, a comida de rua na minha cidade, São Paulo, está quase banida, já não nos representa. E, quando nos representa, talvez seja de forma marginal. Essa relação precisa ser revista. O Brasil e suas capitais, no nosso caso São Paulo, precisam de embaixadores e cozinheiros de rua que possam ser os grandes pulverizadores dessa mensagem. Reconhecer a comida de rua, trazê-la para dentro da legislação, seja no âmbito sanitário ou tributário, é algo que urge em nossa cultura. As resistências têm seus heróis. O herói da cozinha de rua hoje se chama Rolando Massinha. Guerreiro, batalhador, simples e acima de tudo um homem com crença e fé no que faz e no que vende, cruza uma barreira na história da comida de São Paulo. De maneira quase marginal, consegue instalar uma velha Kombi, mais um ícone de nossa cidade, fazendo uma comida italiana correta para os padrões e preços. Consegue virar uma referência e talvez um cartão postal de São Paulo, e tem todo o potencial para liderar um movimento em favor do reconhecimento da comida de rua e dos benefícios que ela pode trazer – seja para nossa cultura, para nosso turismo, mas principalmente pela inserção social que essa cozinha propõe. Rolando, parabéns por mais este passo, que é só o primeiro de uma longa caminhada. Forte abraço.ALEX ATALARenomado Chef, Autor do livro Alex Atala e Co-autor dos livros Com Unhas, Dentes e Cuca e Escoffianas brasileiras.
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